quinta-feira, 9 de julho de 2009


Tempo… pára! Deixe-me recuperar o fôlego. Deixa-me escolher o caminho certo, pensar no que quero.

Tempo… liberta-me! Desamarra-me das tuas grutas enevoadas. Deixa-me sentir o sol!

Tempo… foge! Vai para longe e não voltes. Não preciso de ti aqui. Quero a Eternidade.

Tempo… muda! Não finjas seres o que não és. Deixa-me saborear a tua verdadeira complexidade.

Tempo… voa! Mas não me leves contigo. Não quero voar, quero sentir.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009


Mente humana, mente humana…
Ó mente humana!

Para quando o desassossego do espírito?
Onde andas tu escondida?
O que preparas tu desta vez?
Sinto-te fervilhar… sinto-te emergir lentamente.
Friamente.

Ó mente humana, mente humana!

Não voltes! Já sabes que não és bem vinda.
Parte para o criador. Volta à origem.
Deixa a origem chegar a mim. Tocar-me.

Ó mente humana, mente humana!

Tu que pensas saber tudo!
Tu que pensas controlar tudo!
Estás enganada.
Fazes parte de um todo, dividido em três.

Fazes parte. Não mandas! Não controlas!
Sem ti, esse todo não existiria, é verdade.
Mas és unicamente mente.
Eu sou o todo. Respeita-me

Ó mente humana, mente humana… parte!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O espírito vagueia por aí perdido. O corpo segue o ritmo automático dos movimentos sintetizados. A mente, essa perversa, ora acorda, ora adormece.
Prefiro quando adormece. Deixo de pensar em todas as resoluções e decisões a tomar, equações por resolver, soluções por equacionar. As minhas energias esgotam-se velozmente.
São consumidas pelo esforço de tentar manter a mente adormecida.
“Por vezes até lhe cantamos uma canção de embalar.” Murmuram, uníssonos.

Paralisada pelo efeito dramático do acordar da mente, tento respirar mas o ar é cada vez mais escasso. Sinto a aceleração cardíaca. Tento respirar.
A manifestação física do pânico submerge. De novo. Não é a primeira vez. Não será certamente a última.
É a arma mais forte que a mente tem contra mim. Resulta sempre. Mesmo que o resultado seja só o susto, o pavor. Para ela, é satisfatório. Para mim é a tortura.
Nem sempre consigo prever a vinda desta arma arrebatadora. Quando vem, luto simplesmente. Com todas as forças. Não me deixo vencer.

Ao fim de longos anos de batalha contra o inimigo acabamos por lhe conhecer a faceta. E, por vezes, até conseguimos lutar com as suas próprias armas. Se a apanhamos de surpresa, é claro!

Os anos passam. As técnicas mudam. As forças esgotam-se. Uma coisa mantém-se intacta: a vontade destrutiva da mente em vencer. Em apoderar-se deste corpo.
Perguntei-me porquê. Muitas vezes. Já não me pergunto. Apenas aceito e tento compreender. Procuro desesperadamente encontrar o túnel que me conduz à libertação de mim. Á paz interior. E, quem sabe, exterior.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sinto que deixei de sentir.
Vejo que deixei de ver.
Ouço que deixei de ouvir.
Falo que deixei de falar.
Sonho que deixei de sonhar.

Mente débil,
Voz muda,
Ouvidos surdos,
Olhos cegos,
Coração vazio.

Sonho que voltei a sentir.
Vejo que voltei a falar.
Ouço que o meu coração bate, afinal!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009


Dor Fodida.
Dor Bandida.
Vai, foge, desaparace!
Não te quero ver, não te quero sentir!
Destravo a arma para te dar um tiro.
Mas tu, sua filha da puta, escondes-te.
Ah!! não será por muito tempo não! Descansa!
Já te conheço a manha.
Um dia destes vou te foder.
Prepara-te porque vai doer!
Não te quero ver mais.
Não te quero sentir mais.
Vai-te embora dor fodida.
Deixa-me em paz!