segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Waiting...

Ouço a música, deixo-a percorrer o meu corpo.
Sinto-te perto… o corpo já estremece!
Caminho, para ver se consigo distrair o tempo. E por momentos, consigo.
O tempo foge e corre pela praia, levado pelo vento.
E eu viajo, observo e registo.

Tenho-te na mão! Seguro-te e tu seguras-me. Dás-me o equilíbrio que preciso.
Fugimos de novo! Refugiamo-nos na nossa “nave” e descansamos.
Olho para ti… tu olhas para mim e dizes: - “Deixa-me fotografar-te! Tenho saudades.”
E, ao som daquela música que me faz lembrar o mar, dançamos.

Fluímos!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

As palavras que nunca te direi

Tenho de resistir. Venham as forças todas do fundo de mim e façam-me resistir! Eu tenho de resistir.

Vou fugir para longe de ti. Para um sítio onde não me vais encontrar. Onde eu não te vou procurar. Mas voltarei. Um dia. Mais forte, mais segura, mais nobre. E aí, já não te seguirei. Serás parte de um dos meus passados que já não se pode tocar. Eu serei presente. E o futuro continuará sem se conhecer.
Enquanto não fugir, fico aqui. A pensar em ti. A sonhar contigo. A querer partilhar aquilo que não é possível. Então choro. Choro porque sei que não vai acontecer. Choro porque sei o que virá, porque o coração sofre. Choro para fazer o luto do fim de algo que nunca começou e que teimo em continuar. Será isto amar?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O mundo do não sei

Sinto-me a ser puxada para o teu mundo do "não sei".... esse mundo que afoga, que leva para o fundo do abismo! Luto, com todas as minhas forças para me manter fora da água que o envolve e tento desesperadamente manter-te à sua beira.

Esse filho da puta, o "mundo do não sei" mantém-te bem preso. Eu puxo, eu grito, eu choro de dor mas ele não larga. E tu.... sem forças para lutar, sem vontade de lutar (talvez) ali te mantens, os olhos em mim, olhos profundamente tristes. Olham de relance... olham fixamente. Por vezes até sorriem.

Agarro-me a esse sorriso com tudo o que tenho para agarrar e tiro do pensamento a possibilidade de eles deixarem de sorrir. Tiro do meu pensamento... não consigo tirar do teu e o inevitável acontece... deixam de sorrir. Fogem, desviam-se da direcção dos meus e voltam para o "mundo do não sei". Olham para baixo enquanto te afogas. Quase que deixas. Quase... mas, não sei porquê, ergues a tua cabeça e respiras, mais um pouco... e mais um pouco.
Ohhh impotência!!! Ohhh desespero!!! Ohhh dor!!! Fujam, cavaleiros desse mundo obscuro! Larguem-me, eu não quero ir. EU quero ficar aqui, no mundo de céu aberto. Quero sentir. QUERO SENTIR!!! quero viver.... quero que ele viva!

E tu... mantém-te à superfície porque enquanto eu tiver forças, enquanto eu for a guerreira de armadura e espada em punho da minha Armada, não te deixarei ir. Não te largarei.

Post Scriptum: não demores.... nada até à berma, sem medo. EU estarei lá, à tua espera...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O poder dos 3

AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!

Grito! Grito num todo! O espirito, o corpo, a mente. Pela primeira vez em muito tempo estão em uníssono. Sentem o mesmo, pensam o mesmo, fogem do mesmo, criam o mesmo, destroem o mesmo, envenenados pelo sentimento de perda.

Gritam! Comigo… sem mim… gritam.

A ironia do destino torna-nos num só ser, completo mas destruído. A separação juntou-os.

O medo! Este mal agoniante fê-los acordar ao mesmo tempo. Reúnem-se às minhas escondidas tentando encontrar forma de me equilibrar, de me manter firme, forte. De me manter EU.
O EU perdido, sugado pela personificação do MAL.

AAHHH MAL! Se soubesses o que te adivinha! Se soubesses o quão errado estás! O quão iludido estás… se soubesses não estavas à beira do abismo, estavas dentro dele!


Lying to my face again
Suicidal imbecile
Think about, you're pounding on the fault line
What'll it take to get it through to you precious
I'm over this. Why do you wanna throw it away like this
Such a mess, I'm over this, over this!

Disconnect and self destruct, one bullet at a time
What's your hurry, everyone will have his day to die
If you choose to pull the trigger, should your drama prove sincere,
Do it somewhere far away from here

Rage

Um tumulto de emoções navegou no meu espírito. Cegaram-me ou eu ceguei-me.
A dor finalmente adormece. Deixa lugar a outros estados de espírito, talvez tão venenosos como a dor mas menos destrutivos, menos obstrutivos. Podem magoar, sei que vão magoar mas não a mim.

Raiva. A raiva chega lentamente, aniquiladora e ambiciosa. Com sede de satisfação, de conquista, de poder. Vejo-a a chegar e nada faço para a afugentar. Não quero!
Sei que me vai minar o espírito. Sei no que me vai tornar. Mas sei que não é eterno. Não é definitivo porque caminho para o bem. EU QUERO SER MELHOR.
E para ser melhor, tenho de ser pior primeiro.

Vem raiva! Vem!! Não te inibas. Pega em mim e faz o que tens a fazer. Destrói a dor, destrói o sofrimento. Destrói a filha da putice que me levou a este estado e segue o teu caminho.

És moradora temporária do meu espírito. Tu sabes disso. Eu sei disso!

Truth

Verdade… verdade? O que é verdade? O que não é verdade?
O que é verdade para mim pode não ser para ti. Então e a mentira?
Se a verdade não é verdade para mim mas é para ti, para mim é o quê? Mentira? Ou simplesmente outra verdade? Tudo isto é demasiado abstracto.
Vamos simplificar. Subdividimos a verdade em categorias: temos a verdade absoluta, a verdade relativa e a verdade mentirosa.

A verdade absoluta é universal. O céu é azul e é-o para todos.

A verdade relativa é abstracta. O que pode ser verdade para mim pode não ser para ti. Eu acredito em Deus e tu não. Para mim a sua existência é verdade mas para ti é mentira.

A verdade mentirosa é psicótica. Não é nem verdade nem mentira. É conveniência.

Com qual delas quero viver? Definitivamente com a Verdade Absoluta. De olhos bem abertos, de espírito absorvente e descrente do que vê mas crente do que sente.

Alimentar o espírito é estar mais perto da verdade absoluta. Alimentar a mente é estar mais perto da verdade mentirosa.

EU escolho alimentar o espírito!

Temptation



Tentação… sua falsa amiga! Hipnotizas-me com os teus deliciosos pratos. Convidas-me a provar, tal madrasta feia e má disfarçada de fada madrinha.
O sorriso nos teus lábios é meigo, é doce. Ilude-me. Queres que eu caia em ti, mais uma vez… e mais uma vez…e mais uma vez. E caí, muitas vezes. Tu és tal coca, gulosa e sedenta… provamos-te e queremos mais porque sabe bem. Porque preenche um vazio (ou assim nos fazes pensar).
Eu sei que me estás a chamar, docemente… como sempre fazes. Mas desta vez não!!!
Desta vez vou resistir-te. Quero resistir-te voluntariamente. Fodeste-me a vida toda, vezes sem conta e sempre que acontece deixas-me sozinha. Sentas-te refastelada a observar os eventos que te seguem.
O teu ar filha da puta mostra o prazer que tiras ao ver-me perdida e desorientada.

Não te quero Tentação!! Vai foder a vida a outra, eu já te conheço! Bem demais até.
A minha armadura é mais forte. Vou derrotar-te. É bom que fujas!