sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Obrigado

Contigo aprendi a essência do mal inconsciente. O que supostamente devia ser bom, construtivo, positivo resultou em qualquer coisa muito diferente.
Olho para ti e ainda dói. Chego à conclusão que não quero estar perto de ti. Não há possibilidade de amizade sequer. Ainda sofro as mazelas que deixaste atrás de ti.
Sim, ainda me preocupo contigo. Menos. Muito menos. Mas preocupo-me. Só que, a junção da preocupação com a angústia residual que persiste fazem uma mistura explosiva.
Não me quero sentir assim. Não quero saber de ti.
Não quero ser a tua compincha que partilha as tuas desventuras nas terras do além. Não seria uma parceria verdadeira porque simplesmente estou-me a borrifar para o que se passa à tua volta.
A mim, interessa-me o que se passa no teu interior. E das duas uma, ou não se passa nada ou não queres partilhar. E se não queres partilhar, eu também não.
A tua preocupação não é sentida como genuína. Os teus agradecimentos não me tocam.

As palavras não significam nada sem acções. São só palavras

O luto de mim

O luto já passou. O luto de ti. Mas a sensação permanece. Perguntei-me imensas vezes porquê.
Seria o medo de perder? Já perdi.
Seria o medo de estar sozinha? Eu não estou sozinha.
Seria o medo de não conseguir criar uma ligação forte com alguém e consequentemente sentir aquela sintonia genuína? Eu sei amar, logo sei criar tudo o que isso envolve.
Conclui então que o luto permanece mas não é de ti. É de mim.
E choro com a mesma intensidade. Perdi.
Perdi partes de mim que sinto falta porque de elas me tornei dependente. Estou a fazer o luto do “eu” que já não quer existir.
E como qualquer luto, passa. Evolui para qualquer coisa melhor.

Partir

Quero partir. Não interessa onde. Acho que o destino não é importante. Interessa o percurso. Reina aquela necessidade de me sentir em movimento.
Estou parada. Sinto-me parada e quero mexer-me.

Eu

Emoções à flor da pele. Faz duvidar, faz questionar se vale a pena o não. Faz-me questionar a mim. Sobre mim.
O que quero, como o quero. Se o quero. O que faço aqui. O que faço aqui?
Isto não é a minha vida.
Já cortei as correntes. O que me prende agora?

És cobarde não és? Era tudo fachada. Tu não és forte, nunca foste. Finges. Finges bem.

Não!
É tudo mentira! O ser forte, o não ser forte. É tudo mentira. Não interessa ser forte se essa força cresce de um sítio que não interessa conhecer.
Não quero ser forte!
Quero ser forte e frágil, ao mesmo tempo. Quero juntar os dois pólos, e sentir o equilíbrio que me vai conseguir manter sempre à superfície. Quero o equilíbrio.