São antigos.
Vêm de um passado já muito longe. Mais longe do que a minha infância, apesar de
estar mais perto. Mas o passado não é linear. Vem e volta como e quando quer.
E voltam, os
fantasmas. De vez em quando. Porque foram acordados quando achava que não seria
possível. Rasgam-me por dentro, deitam-me ao chão e deixam-me à beira da
loucura. Aquela loucura que já fez parte de mim em tempos e à qual não quero
voltar mais.
Agarro-me ao
que sei que está aqui, que é presente. Agarro-me ao que me fez acordar os
fantasmas sem saber o que acordava, sem saber para onde me tentam levar. Agarro-me
e, conscientemente, penso no que tenho, sinto o que tenho. Agarro-me com força
para não voltar a cair.