segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Gostar de ti.

Gosto de ti! Não sei de quer forma. Certamente ambígua, não fosse eu que sou! Sei que gosto.Pergunto-me se isso chega. Se chega gostar e pronto.
Fomos sempre habituados a querer mais. Alimentaram-nos de falsos propósitos.
Se gosto de ti, não deveria eu contentar-me só com isso? Não deveria “gostar de ti” ser o suficiente?
Num mundo chamado perfeito talvez. Neste não. Mas eu não me conformo.
Quero gostar de ti. Só. Gostar. Mais nada.


(imagem: Michele Fernandes)

Luta do ser

O coração está rasgado. Dói. A energia que gasto para o manter num só pedaço esgota-se. Lentamente. Sinto-me a ir. A desligar.
Mas não desligo. Mantenho-me. Movida por sei lá o quê. Fico.

Pára! Pára tudo.
Uma coisa de cada vez, por favor! Não peço mais.

“Numbness”. Quero ficar aqui. Sem sentir. Sem ver. Sem pensar. Não quero fugir mas também não quero seguir. Quero ficar aqui, neste estado de “numbness” onde não tenho de tomar decisões, seguir caminhos. Ficar, só.

(Imagem: carla de oliveira)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Amar

Amar, que coisa tão estranha! – diz ela enquanto rebenta bolhas num daqueles plásticos protectores de “coisas sensíveis”, depois de ter feito “mais uma viagem a cuba”.
Ali está ela, sentada na sua cozinha, a contemplar não sabe muito bem o quê. Sente-se menina, hoje. Sente-se pequenina. Já não sabe o que é amar e isso faz-lhe confusão. Perdeu a definição de amar deixando o seu sentimento andar à deriva. O barco não vinha com remos. Só mesmo o barco, num rio, a seguir a força da água.
Bebe mais um pouco do seu leite quente com chocolate e contempla o vazio, ao som de Sigur Rós. “Talvez a melancolia da música me ajude a entrar no mundo dos sentimentos”
Ou talvez seja simplesmente porque o silêncio faz-lhe confusão e a música reconforta-a. Talvez…
Passa uma música. Passa outra. E ela continua simplesmente a “viajar”. Não quer pensar no que é amar. Quer sentir o que é amar!


(imagem:Carla de Oliveira)