domingo, 21 de outubro de 2012

Os fantasmas que me assombram a alma


São antigos. Vêm de um passado já muito longe. Mais longe do que a minha infância, apesar de estar mais perto. Mas o passado não é linear. Vem e volta como e quando quer.
E voltam, os fantasmas. De vez em quando. Porque foram acordados quando achava que não seria possível. Rasgam-me por dentro, deitam-me ao chão e deixam-me à beira da loucura. Aquela loucura que já fez parte de mim em tempos e à qual não quero voltar mais.
Agarro-me ao que sei que está aqui, que é presente. Agarro-me ao que me fez acordar os fantasmas sem saber o que acordava, sem saber para onde me tentam levar. Agarro-me e, conscientemente, penso no que tenho, sinto o que tenho. Agarro-me com força para não voltar  a cair. 

Gosto de ti IV


Gosto de ti. Acho que sempre gostei só não sabia quem eras.
Gosto de nós. Gosto da nossa partilha, de como amamos, de como rimos, de como nos abraçamos. De como nos entrelaçamos. Somos um.
Gosto de acordar contigo. Gosto de te sentir perto de mim. Sentir-te a respirar. Sentir o bater do teu coração. Estás vivo!  Estás comigo, a meu lado.
Estou feliz!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tu

Tu és o meu derradeiro teste. 
Fazes-me levar quase ao extremo todas aquelas coisas que sempre me foram difíceis de lidar. A impulsividade que me caracteriza, o tempo, a espera, a paciência.
E com o tempo vem a dúvida. Todas as questões que não surgem quando se age impulsivamente.
É o derradeiro teste.
Mais o tempo passa, mais me questiono se vale a pena, se é isto que quero. Deixa-me com medo. Tenho medo de me acobardar e fugir.
Mas, em momentos de lucidez de alma, sei que se aguentar, se persistir o final pode saber bem melhor que a pseudo-traquilidade que trará a fuga.
Se ficar, fico contigo, fico com paz e felicidade absoluta! 

Pertença

Eu não quero que sejas meu. Nem eu quero ser tua.
Não quero que sejamos um nós ou um um.
Quero que sejamos qualquer coisa que ainda não tem nome e tento, muitas vezes, definir por palavras.
Vai mais além de um nós. Mais além ainda de um teu ou um meu.
É eu estar na tua pele e tu na minha. Ver com os teus olhos e tu com os meus. Pensar com a tua mente e tu com a minha. Sentir com o teu coração e tu sentires com o meu. Todos os segundos das nossas vidas e, quem sabe, além dela. 

Amar

Amas-me? Ou amas-te?
Se te amas, não é suposto amares-me também?
Será que existe mesmo amor egoísta ou será simplesmente invenção do Homem para termos medo de amar?
O que é isso de amar, afinal?
Amo-te? Ou amo-me?
Se me amo, não era suposto amar-te também?
Acho que temos de amar, simplesmente. Amar tudo e todos. Em plenitude. 

domingo, 27 de maio de 2012

Shhhh, é segredo!

Faço parte dos teus momentos vazios. Dos teus momentos sozinho.
Sou o teu segredo. Vivo às escondidas. Fico à espera, sempre à espera.
Mas, posso eu ser esperada?
Sonho com o banco do jardim. Sonho com uma partilha de nós, diferente desta.
Por inteiro e verdadeira.
Mas posso eu exigir o sonho?
Quero-te! Quero-nos! Quero o futuro imaginado num presente real. Quero deixar de sonhar. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Um teste

Este testa a minha consciência. Mostra-me que estou a seguir o caminho errado. Que me estou a esquecer de mim, da minha existência. Mostra-me como isso perturba quem me rodeia.
Tenho de ser paciente. Tenho de saber usar o que tenho a meu favor. O que é meu é meu. Ninguém mo pode tirar. Ninguém o fará se eu não deixar.
E, se eu deixar, não posso levar a mal. Afinal, fui eu que assim quis.

O meu espaço, o teu espaço

Não dividimos o mesmo espaço mas dividimos o mesmo tempo. Quase todo. O meu tempo torna-se o meu espaço. Um espaço que não tenho sabido usar.
Penso em ti. Sempre. Preenches o meu corpo, a minha mente, o meu tempo e o meu espaço.
Não podes!
Nem eu posso.
O meu tempo é meu. É só para mim. Para me apaparicar. Se não o fizer, não saberei compreender o teu tempo.

Um conto de fadas

Há uma guerreira. Grande lutadora numa vida dura e complicada. Perdeu muitas lutas e com elas, confiança, amor, respeito. Mas nunca se deu por vencida.
Há um príncipe. De espírito livre, preso às convenções instituídas pelas leis do seu reino. Aceitou cumprir com o seu dever de príncipe sem nunca perder o seu espírito.
A guerreira conhece o príncipe durante uma longa e dura batalha. O príncipe sente algo que achava nunca poder sentir. A guerreira volta a acreditar que é possível.
Aproximam-se, com muita cautela e decidem arriscar.
E apaixonam-se! Cresce o amor, aquele que conhece os caminhos tortuosos. Um amor consciente mas doce, cauteloso mas absoluto.

Fora da caixa

Não me contento com o convencional e instituído. Gosto de fugir às normas e regras. No amor, é igual. Agora mais do que nunca!
Quando me ensinaram o que é o amor, recebi uma verdade altamente distorcida. E quebrei as regras.
Falhei redondamente. Fugi às regras sim mas pelos caminhos errados. Traí. A mim principalmente e a todos os níveis.
Acabou!
Vou continuar a fugir ao convencional mas de uma forma consciente e madura, pelo caminho certo. Só porque quero o amor em absoluto.

terça-feira, 13 de março de 2012

O Banco de Jardim

Quando percebi que queria partilhar todos os momentos com alguém que caminhasse a meu lado, idealizei uma imagem: o banco de jardim.
Eu, velhota, catita, o banco de jardim e aquela pessoa com quem partilhei grande parte da minha vida. De mãos dadas, ainda apaixonados a sorrir pela felicidade do momento, por um passado partilhado e um futuro já assumido.
É uma imagem sempre presente, é para lá que quero caminhar.
Sorte a minha, o universo brinda-me com “uma amostra” do que o banco do jardim poderá ser.
Namoro, quase todos os dias, num banco de jardim. De um jardim qualquer. Não é o jardim que interessa. És tu, sou eu e o banco do jardim!

Gosto de ti III

Gosto de ti mas hoje não. Não gosto de ti, não gosto de mim. Não quero pensar em gostar.
O meu cérebro anda a processar demasiada informação e não aguenta mais essa.
Se quero ficar contigo eu tenho de esperar porque não tenho outro remédio.
Por isso peço-te, sê paciente.
Há dias em que não tens lugar no meu ser. Só eu caibo, mais ninguém.
Tu compreendes, eu sei que sim.

segunda-feira, 12 de março de 2012

a Paixão

Aprendi, com quem provavelmente também não sabia, que a paixão era qualquer coisa fulminante que surgia no início de uma relação. Que nos deixa com um sorriso tonto, os olhos a brilhar e a perna levantada quando se beija o apaixonado. Nas nuvens!

Mas que se apaga e, das duas uma, ou se transforma em amor ou simplesmente apaga-se e nada mais vem a seguir.

E se eu vos dissesse que isto não é verdade? Que a paixão cresce, ao lado do amor, que fica e pode durar toda uma vida?

A paixão é a manifestação física de um estado de alma e depende unicamente do que sentimos e como sentimos. Ela não aparece de uma forma fulminante e se apaga.
A paixão aparece e cresce, se as duas pessoas estiverem em sintonia. E mantém-se viva!

Deixa-nos de sorriso tonto, brilho nos olhos, cabeça no ar, suspiros contínuos e borboletas na barriga. Só que para sempre!