terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O espírito vagueia por aí perdido. O corpo segue o ritmo automático dos movimentos sintetizados. A mente, essa perversa, ora acorda, ora adormece.
Prefiro quando adormece. Deixo de pensar em todas as resoluções e decisões a tomar, equações por resolver, soluções por equacionar. As minhas energias esgotam-se velozmente.
São consumidas pelo esforço de tentar manter a mente adormecida.
“Por vezes até lhe cantamos uma canção de embalar.” Murmuram, uníssonos.

Paralisada pelo efeito dramático do acordar da mente, tento respirar mas o ar é cada vez mais escasso. Sinto a aceleração cardíaca. Tento respirar.
A manifestação física do pânico submerge. De novo. Não é a primeira vez. Não será certamente a última.
É a arma mais forte que a mente tem contra mim. Resulta sempre. Mesmo que o resultado seja só o susto, o pavor. Para ela, é satisfatório. Para mim é a tortura.
Nem sempre consigo prever a vinda desta arma arrebatadora. Quando vem, luto simplesmente. Com todas as forças. Não me deixo vencer.

Ao fim de longos anos de batalha contra o inimigo acabamos por lhe conhecer a faceta. E, por vezes, até conseguimos lutar com as suas próprias armas. Se a apanhamos de surpresa, é claro!

Os anos passam. As técnicas mudam. As forças esgotam-se. Uma coisa mantém-se intacta: a vontade destrutiva da mente em vencer. Em apoderar-se deste corpo.
Perguntei-me porquê. Muitas vezes. Já não me pergunto. Apenas aceito e tento compreender. Procuro desesperadamente encontrar o túnel que me conduz à libertação de mim. Á paz interior. E, quem sabe, exterior.

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